A Norma Regulamentadora 32 (NR 32) considera risco biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos: microrganismos geneticamente modificados ou não, culturas de células,parasitas, toxinas e príons.
No setor de saúde, esse risco é representado sobretudo pelas infecções causadas por bactérias, vírus, rickettsias, clamídias e fungos e, em menor grau, pelas parasitoses produzidas por protozoários, helmintos e artrópodos.
A exposição do pessoal de enfermagem ao risco biológico torna-se maior devido seu contato íntimo e freqüente com os pacientes infectados. Muitas vezes, o próprio rosto (conjuntiva ocular, mucosas da
boca e do nariz) ao alcance do ar por eles expirado, ao alcance de respingos de sangue e de outros fluidos corporais, durante procedimentos invasivos, tosses, espirros...
Excreções, produtos de vômito, bile, saliva, escarro, sangue e pus são observados e controlados antes do rejeito; seus recipientes são lavados e desinfectados, ou esterilizados; pijamas, camisas e roupa de
cama são trocados. E tudo isso é feito pelo trabalhador de enfermagem. Infecções apontadas como risco biológico para o trabalhador de saúde
Principais:
Tuberculose pulmonar
Ccytomegalovirus (CMV)
Hepatite virais (B, C, G)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS)
Outras infecções às quais o pessoal de enfermagem encontra-se potencialmente exposto:
Difteria
Febre tifóide
Gastroenterite infecciosa
Herpes simplex
Meningites
Infecções respiratórias por vírus
Parotidite
Rubéola
Querarato conjuntivite epidêmica
Varicella zoster
Doenças causadas por bactérias envolvidas nas infecções hospitalares:
Staphilococcus aureus
Escherichia coli
Salmonellae
Streptococcus
Pseudomonas
Proteus
Infecções diversas sem conseqüências patológicas graves ou duráveis: até agora, o único setor de atividade com ocorrência de transmissão ocupacional do HIV foi o setor de saúde e, neste, o pessoal de enfermagem tornou-se o principal grupo de risco. A hepatite B é a doença de origem profissional mais freqüente entre o pessoal hospitalar. Em relação à população geral, o risco de hepatite B é 11 vezes mais elevado entre o pessoal de saúde: trabalhadores de laboratório e de enfermagem.
A tuberculose contitui, hoje, séria ameaça à saúde
E mais:
• O Brasil é um dos 22 países mais atingidos pela tuberculose.
• Várias centenas de tuberculosos contagiosos são atendidos em consultórios médicos e nos hospitais, sem qualquer controle.
• Quantidades cada vez maiores de pessoas infectadas e hospitalização freqüente de pacientes com HIV/AIDS já produziram epidemias de TB em vários hospitais.
• Num hospital tido como referência para o tratamento da doença, em Minas Gerais, encontrou-se 16% dos seus funcionários infectados pelo bacilo da tuberculose.
• A transmissão da doença se dá pelo ar! Um só paciente pode infectar todo o serviço!
• Um terço da população mundial está infectada
• 8 a 9 milhões de casos notificados, a cada ano
• Expectativa de 35 milhões de mortes, até 2020
• Principal causa de morte de pessoas infectadas pelo HIV
• 95% dos casos e 98% dos óbitos ocorrem no Terceiro Mundo
Os trabalhadores de saúde mais expostos são aqueles com história de tuberculose, ou fatores de risco pessoal, lotados em clínicas cujas atividades aumentam o risco (aerossol e broncoscopia, por
exemplo), ou, ainda, com sobrecarga física de trabalho.
Proteja-se! Informe-se! Faça a sua parte!
Prevenção e controle de riscos biológicos baseiam-se em conhecimentos de higiene, biossegurança, educação, administração, engenharia e até de legislação.
Lavagem das mãos!
Lavar, desinfectar, esterilizar!
Assepsia, anti-sepsia, degermação.
Isolamento, barreiras...
Compreensão do significado desses termos e adoção
de comportamento de segurança constituem
aspecto vital da prática diária da enfermagem.
A adoção de comportamento de segurança abrange formação, educação continuada, supervisão qualificada, organização do trabalho, recursos materiais (incluindo-se os EPIs), profissionais preparados para cuidar de pessoas com doenças infecciosas, além de normas bem claras sobre isolamento e barreiras. Basta a correta observação das normas básicas de higiene hospitalar para a prevenção e controle das infecções. Educação, controle serológico e imunização integram o programa destinado ao grupo de risco, representado por trabalhadores expostos a contato com sangue, seus derivados e outros fluidos corporais.
As regras de segurança são porém insuficientes, se os materiais não são corretamente utilizados e se a (des)organização do trabalho impede sua aplicação. Picadas de agulhas são favorecidas por obscuridade, insuficiência de espaço, falta de recipientes adequados para transporte e coleta de seringas após o uso, por exemplo.
Conheça seu nível imunitário relativo às infecções que fazem parte do seu cotidiano. Mais exposto que a população em geral ao risco de adquirir algumas infecções imunologicamente preveníveis, o trabalhador de enfermagem deve proteger-se, por meio de vacinas ou imunoglobulinas, contra as seguintes doenças:
Proteção altamente recomendada
Caxumba
Difteria
Gripe
Hepatite B
Rubéola
Sarampo
Tétano
Tuberculose
Varicella Zoster
Proteção eventualmente indicada
Coqueluche
Febre tifóide
Hepatite A
Doença meningocócica
Doença pneumocócica
Doença invasiva por H. influenzae
Segundo a NR 32, todo trabalhador dos serviços de saúde deve receber, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. Sempre que houver
vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, o empregador deve fornecêlas gratuitamente.
Lute pela proteção vacinal contra todas as doenças imunizáveis às quais você se expõe em seu trabalho!
Redobre sua atenção com os perfurocortantes:
• Agulhas, tesouras, bisturis, pinças e escalpes fazem parte do nosso trabalho diário. Picadas e cortes acidentais produzidos por esses materiais, também! Por isso, só manipule agulhas e material cortante, ou qualquer outro material sujo de sangue, como barbeadores e escovas de dente, com as devidas precauções.
• Dentre os casos de AIDS envolvendo profissionais de saúde, a maioria ocorreu como resultado de manipulação inadequada de agulhas e instrumentos cortantes: mais de 70% dos casos comprovados e
43% dos prováveis, envolveram a categoria de enfermagem e de profissionais da área de laboratório.
Líquidos orgânicos capazes de apresentar risco de transmissão de vírus de difusão hematógena : sangue, esperma, secreções vaginais, líquidos cécebroespinhal, sinovial, pleural, pericárdico, amniótico, peritoneal e outros líquidos orgânicos contendo sangue.
Agora é lei: Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT.
NR 07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
NR 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientaise
NR 15 Atividades e Operações Insalubres.
O Controle de Infecção Hospitalar também dispõe de legislação específica: a Lei 9431, de 06/01/1997 determina que os hospitais mantenham um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e criem uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). As diretrizes e normas que viabilizaram o planejamento do programa foram definidas pela Portaria GM 2616, de 12 de maio de 1998.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - www.anvisa.gov.br
Associação Brasileira de Enfermagem - www.abennacional.org.br
Associaçao Brasileira de Ergonomia - www.abergo.org.br
Assoc. Nac. de Enfermagem do Trabalho - www.anent.org.br
Associação Nac. de Medicina do Trabalho - www.anamt.org.br
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